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Pratique o autoperdão

É possível sair do papel de vítima e aceitar os próprios erros

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Recentemente assisti em um programa na TV alguns depoimentos de mães, que em situação de negligência ou omissão provocaram, sem a menor intenção, acidentes implicando seus filhos. Algumas pessoas têm uma estafa nervosa ou uma doença grave que sinaliza uma sobrecarga em sua rotina. No caso destas mães, este sinal foi um dano aos próprios filhos.

É importante ressaltar que os acidentes citados foram realmente não intencionais. Essas mulheres caíram em um grande sentimento de culpa agravados pelo julgamento da comunidade que as taxaram como péssimas mães, quando isso não era realidade. Mas uma vez vivenciada essa dor, ainda que em circunstâncias tão delicadas, em vez de cair na culpa e de se martirizar, uma dessas mães buscou compreender o que aconteceu e utilizar a situação como lição. Após o incidente, ela diminuiu o ritmo de suas atividades, conversando com o marido para dividirem melhor as tarefas domésticas. Hoje, ela lidera um movimento de conscientização para mães que se sobrecarregam em suas rotinas, no sentido de evitar novos acidentes.

Apesar de todo julgamento por parte de terceiros, esta mãe foi capaz de assumir sua responsabilidade e assim libertar-se do peso da culpa. Ao não se deixar ficar no julgamento dos membros da comunidade ou no autojulgamento, saiu do papel de vítima dos outros que a condenavam, e mais importante, do de vítima de si mesma. Quando nos responsabilizamos e deixamos de resistir ou negar a realidade, a tornamos menos pesada de se lidar.

Alguns dizem que perdoar os outros é mais fácil que perdoar a si mesmo. A primeira vista cria-se uma aura até nobre, já que a pessoa é tão bondosa, capaz de perdoar os outros. Mas ao cobrar de si postura impecável, essa pessoa não é capaz de perdoar a si mesma. Observando o sentimento por trás dessa colocação, percebemos que a pessoa é capaz de assumir e aceitar que o outro não agiu de maneira apropriada, mas não de aceitar que ela mesma agiu de maneira incorreta.

Não perdoar a si mesmo é julgar-se impassível de erros ou não ter humildade para assumi-los.

É se negar a aprender sua lição e se colocar como vítima de si mesmo para esconder o orgulho e a covardia em assumir sua responsabilidade diante do fato. Por outro lado, autoperdão também não significa uma postura condescendente, uma vez que aí, mais uma vez, não se assume a responsabilidade, criando-se uma desculpa para não encará-la.

Ao cair na autoculpa, lembre-se que se perdoar é uma atitude mais corajosa e libertadora do que se autoflagelar. Assuma sua responsabilidade, aprenda a lição implícita e liberte-se do peso da culpa, que não apenas não resolve a situação desagradável como a agrava. Enfrente o seu orgulho e seu padrão da autoperfeição e sinta-se leve: perdoe-se.

Reflexões para compreender como você lida com o autoperdão:

  • Como me sinto ao perceber que errei?
  • Eu aceito e assumo que não agi de uma boa maneira?
  • Eu enxergo a lição por trás da situação?
  • É mais fácil perdoar ao outro do que a mim mesmo?
Ceci Akamatsu

Ceci Akamatsu

Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.

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