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Por que você ainda está presa ao ex?

Idolatrar a (o) ex após um rompimento pode ser sinal de dificuldades pessoais

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Não é fácil sentir-se preso ao seu (sua) ex após o fim de um relacionamento. Você tenta se sentir confortável quando busca por alguém novo para se relacionar, mas o novo alguém não é a mesma pessoa do passado.

E agora, será que essa memória é a realidade do que vocês viveram juntos?

Vale se questionar se você está parada (o) num momento em que ainda sente o (a) ex como um ser perfeito, cheio de qualidades maravilhosas, que completam a sua existência, e que você não foi capaz de ver enquanto estavam juntos.

Assim, sente-se culpado(a) e tem, a cada dia, mais raiva de si e o mal-estar interno aumenta, em um círculo que parece sem saída.

A idolatria ao ex

Em muitos casos em que a pessoa ainda está presa ao relacionamento do passado, o que se ama no (a) ex é uma imagem, não a realidade sobre o que ele (a) é de verdade.

A pessoa, ao sofrer por amor e, principalmente por paixão, começa a enxergar alguém que não é o(a) verdadeiro(a) ex-parceiro(a), cheio de qualidades e quase nenhum defeito.

Entretanto, essa pessoa nunca existiu. Todos nós somos seres cheios de qualidades e defeitos.

Mas, para quem sofre de amor, fica difícil enxergar os pontos negativos na personalidade do(a) ex e os motivos que levaram ao término da relação.

A pessoa que não enxerga esses fatores fica presa a essa falsa imagem de idolatria.

Sigmund Freud, em Notas Psicanalíticas sobre um Relato Autobiográfico de um Caso de Paranoia (1969), afirma que há uma diferenciação com relação ao amor obsessivo que se encontra envolto na percepção interna de amar e de se apaixonar e uma fixação exagerada.

Tanto o amor obsessivo quanto a fixação exagerada só causam danos a quem ama e a quem é amado. Mas, muitas vezes, quem ama não quer ouvir nada que o afaste do seu ex.

Sendo assim, alimenta o ciclo de sentir cada vez mais raiva de si mesmo – ou dos atos e decisões que levaram ao término – e ainda mais culpa pelo relacionamento ter terminado.

Não aceitar o término da relação pode levar a pessoa a querer entender o que chama de “motivo real” que levou o namoro ou casamento ao fim. Para quem vive essa fase difícil, nada parece fazer muito sentido e, pior, pode achar que o seu(sua) ex ainda o ama.

A necessidade de falar o que não foi dito

Quem nunca passou por essa sensação em que a mágoa e o ressentimento nos leva a jogar palavras ásperas ao vento em conversa com um(a) ex? Muitas pessoas passaram por isso, enquanto outras sentem suas dores em silêncio.

Os mais explosivos sentem que é necessário falar, reclamar que precisam da ajuda do(a) ex, de atenção, argumentando de que foram muito mais que um amor, que foram companheiras nas horas boas e ruins. Sentem-se completamente abandonados (as) e que não é justo serem desprezados ao fim desse amor.

Todos esses sentimentos são compreensíveis. Mas como vamos obrigar uma pessoa a nos amar?

Como fazer alguém ser nosso companheiro de uma maneira forçada ou a estar ao nosso lado sem querer?

Precisamos nos questionar: É isso o que você realmente merece para a sua vida? Alguém que decide ficar ao seu lado por obrigação ou mesmo por pena?

Como sair desse ciclo de idolatria

Talvez seja a hora de se desfazer de todos os sentimentos ruins que o prendem a um relacionamento que se desfez e que foi bom enquanto durou. Que deu certo durante o período em que a troca entre as duas pessoas envolvidas foi boa.

É possível, também, encarar como uma grande maldade de sua parte fazer com que você mesmo fique se prendendo a esse período que já passou.

Uma ação imediata para sair desse ciclo é colocar os pés no presente e ver como ainda há muitas oportunidades boas para serem vividas.

Certamente, virão novos amores e novas oportunidades de viver intensamente situações de alegria.

Atormentar um(a) ex está proibido, não irá resultar em nenhuma situação positiva. É importante saber o que são atitudes boas para você e para outra parte da relação também.

Viver é um risco e não adianta se prender ao que não dá mais frutos. Busque o que pode te fortalecer rumo ao autoconhecimento, encontrando uma maneira saudável de amar.

Não se ponha mais para baixo do que já está. Restabeleça-se o quanto antes para que possa aproveitar a vida.

Alimentar-se de raiva, ódio, culpa e outros sentimentos ruins não vai adiantar em nada – tampouco levar você e seu par do passado ao caminho da felicidade a dois.

Bruna Rafaele

Bruna Rafaele

Psicanalista, especialista em Saúde Mental. Faz atendimentos presenciais no Rio de Janeiro e consultas online no Personare.

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