Quando é a hora de mudar?
trabalhe sua mente e encontre o poder da sua consciência
Por Karime Neder
Quando tudo ao seu redor muda, precisamos mudar também – ou deveríamos. Afinal, somos um complexo continuum de energias e vivências acumuladas que precisamos organizar, purificar e vivenciar no presente, com clareza em meio a esse mar de acontecimentos.
Quando deparamos com situações sem precedentes, temos duas opções: continuar procurando respostas onde não existe ou “criar” um caminho completamente novo.
A seguir, vamos discutir por que normalmente preferimos repetir respostas e velhos padrões, além de como sair fora desse ciclo que nos limita e faz sofrer. A Yoga e a Meditação são dois ótimos caminhos.
Por que repetimos padrões
Na verdade, estamos o tempo todo mergulhados na potencialidade de criar. No entanto, para que a vida siga “naturalmente”, nós nos acostumamos a certos padrões, a ações que costumam dar certo e que qualificamos como “o correto a se fazer”.
O mesmo acontece em uma empresa, que testa alguns fluxos de trabalho e, ao encontrar aquele que apresenta a melhor produtividade e eficácia, torna isso um “padrão”.
Isso ocorre porque o Criar demanda muita energia, por isso, nos apegamos a padrões que nos ajudam a assegurar o desempenho básico do dia a dia.
O problema surge quando nos envolvemos tanto com padrões a ponto de deixarmos de perceber que nós somos a própria força capaz de criar todos esses padrões, e não as situações em si.
Se insistirmos sempre nos padrões, iremos sofrer, porque eles não se adaptam ao meio, mas o meio muda constantemente.
Na verdade, nós somos a fonte de toda essa criação. Afinal, de onde vem tudo isso que não brotou da terra, se não da fonte infinita que só a mente Humana é capaz de acessar? Onde está esse potencial se não em Nós Mesmos?
O que é o poder de criação
O Ser criativo, geralmente, sente dificuldades de se encaixar dentro desses padrões, pois vive imerso na percepção clara de toda a potencialidade criativa.
Deepak Chopra, no seu livro “As 7 Leis Espirituais do Sucesso“, chama essa força de “Potencialidade Pura”.
O autor se refere ao poder da consciência de transmutar, sair do seu estado mundano e se conectar com as forças essenciais que pulsam e vibram em movimento contínuo de criação e manifestação do Universo.
O mesmo potencial que cria galáxias, seres humanos, animais, vegetais e todas as formas manifestas cria também os seus pensamentos e as suas ações.
Ou seja, se você não tem referências para dar uma solução, você pode criar uma nova, uma resposta que a mente racional não seria capaz de conceber.
Isso se aplica a situações diversas do nosso cotidiano, desde uma resposta simples aos acontecimentos diários até questões complexas que podem transformar vidas.
O processo do potencial de criação
A mente é capaz de acessar esse potencial, mas para tanto ela precisa estar tranquila e assentada.
Uma vez que ela está imersa em no mar de atividade mundana, não consegue se abrir para o que chamamos de intuição, ou a consciência que vem do coração. É ali que está a porta de acesso à potencialidade pura e infinita da criação.
Como acessar esse espaço criativo sem se deixar arrastar pelo estresse causado pela mudança? Afinal, a tentativa (inútil) de gerar soluções a partir das referências internas, uma vez que elas não se aplicam mais, gera um turbilhão na mente.
A sequência costuma acontecer assim:
- Sua primeira reação será muscular, pois, instintivamente, precisamos “correr ou matar o leão”.
- Em seguida, aparecem as manifestações fisiológicas, o seu sistema nervoso autônomo passa a economizar energia e direcioná-la para os músculos, ou seja, aquela digestão que estava acontecendo pode demorar um pouco mais…
- Então, o sistema digestório para de trabalhar, pois o sangue agora precisa se direcionar para a periferia do corpo, auxiliando no embate.
- Por fim, o seu sistema endócrino também será afetado, iniciando um ciclo vicioso que somente consome a nossa energia e não nos traz resoluções efetivas.
- O acúmulo desse acontecimento, dia após dia, gera um ciclo vicioso, que é o que chamamos de doença do Estresse.
O Estresse geralmente é colocado como vilão, porém, dentro de uma questão de equilíbrio, ele pode ser um excelente impulsionador da criatividade.
Pelo olhar da Neurociência, o Estresse ocorre quando você não possui resposta autônoma para uma tomada de decisão, ou seja, o seu sistema nervoso não encontra referências, está diante de algo completamente novo e precisa reagir.
Como fazer para Criar
A resposta não pode vir da mente imersa em atividade, pois ela funciona como um computador, que só é capaz de dar uma resposta a partir das referências que já foram colocadas ali naquele HD.
Então, como vai encontrar a resposta criativa?
Alguns procuram nos livros, em referencias obtidas por outras mentes. O que é extremamente válido, pois saber reunir de formas diferentes todo esse conhecimento de vida e informação armazenada é a base para a criação.
Porém, o Yoga tem me ensinado que, por mais racional e complexa que pode ser a mente humana, a forma mais significativa para extrair o melhor que ela pode nos oferecer é colocá-la na situação de ouvinte.
A real resposta pulsa e fala alto aí dentro de você. É só a partir do olhar interno, do silêncio da mente e no momento presente que podemos escutá-la.
Existe uma parte essencial da sua natureza que não está restrita às limitações da mente, mas, para se expressar, é preciso que sua mente se aquiete e passe a refleti-la.
Yoga e Meditação para a criação
A prática do Yoga e da Meditação proporciona o contato diário com esse aquietamento, despertando uma familiaridade com essa parte essencial de você e então tornando a voz mais audível para a sua mente.
Assim, se elimina qualquer barreira criada pelo ego ou envolvimentos com questões que estão além da nossa natureza, despertando e seu Eu Essencial livre para se manifestar no agora.
Segundo tradição do Yoga, nós temos três partes essenciais da nossa natureza:
- Eu do corpo, aquele que faz e percebe
- Eu da mente, aquele que comanda a ação e julga a percepção
- Eu do coração, aquele que sabe.
O terceiro só pode ser acessado através de uma mente tranquila e assentada. São os nossos insights, a fluidez dos nossos impulsos criativos, a própria manifestação do seu Eu Essencial.
É a abertura da mente para a percepção dessa voz que de alguma forma transcende o tempo e nos coloca no caminho da verdade e da felicidade.
Ouça a sua voz interior
A Felicidade a que me refiro aqui é interna, incondicional e atemporal. Não está relacionada aos sentimentos mais voláteis, como a alegria e o prazer, mas a uma sensação profunda de realização interna, que pode até mesmo ser vivida em momentos difíceis.
Quem aqui já não agiu com o coração sem nem saber muito bem por quê? Às vezes, a mente pode até não entender, mas com o tempo percebemos que essa voz do coração nunca falha.
Devemos dar atenção à essa voz interior e colocar a mente como interlocutora dela. A mente tem a responsabilidade de transmitir a ação ou de receber a percepção da situação de forma adequada a esse eu intuitivo, e então, agir e perceber no mundo de forma correta.
Segundo a tradição do Yoga, o Ser Desperto é chamado de o Quarto Eu, ou O Eu Integral, aquele que surge da união completa e manifesta dos três aspectos da sua natureza integrados dentro de uma certa ordenação, em que o eu da mente passa a refletir a sabedoria impressa no eu do coração.
E assim, o Ser Integral passa a viver a sua natureza plena e feliz. O mantra Om é a própria representação dessa totalidade.
Especialista em Vinyasa Flow Yoga, uma prática forte e dinâmica que traz aspectos tradicionais do Yoga por um olhar mais moderno. Contato:studio@studionataraja.com.br
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