Vivo um triângulo amoroso
Reflita sobre escolhas, responsabilidades e futuro do relacionamento
Por Ceci Akamatsu
Você conhece alguém maravilhoso… mas comprometido. Ainda que hesitante, se permite viver essa paixão. O relacionamento vai acontecendo e quando se dá conta, você começa a se sentir desconfortável. Se pega desejando a pessoa só para você. Será que vai dar certo?
Tudo que fazemos na vida são escolhas. Vivenciamos os resultados de nossas decisões, que podem ser conscientes ou inconscientes. Quando percebemos o que fazemos fica mais fácil mudar, mas quando as escolhas são inconscientes, ou seja, sem percebermos somos impulsionados de uma maneira profunda por algum sentimento distorcido, a situação nos traz consequências e circunstâncias correspondentes. Elas farão com que tenhamos que enfrentar esse desequilíbrio inconsciente. Afinal essa é a real qualidade de energia que colocamos na situação – e será com os desdobramentos dessa energia que teremos de lidar, uma vez que fomos nós mesmos quem a criamos.
Pode não ser fácil assumir essa responsabilidade, pois pensamos: “Como eu poderia escolher algo tão difícil? Eu não queria essa situação! Eu só quero que meu relacionamento dê certo!”. Mas de modo inconsciente não percebemos que, mesmo quando no nível físico estamos aparentemente fazendo tudo “certo”, no nível energético, a nossa real motivação pode estar mascarando sentimentos ocultos, escondidos em nosso íntimo.
Sua escolha, sua responsabilidade
É de nossa responsabilidade avaliarmos os riscos implícitos na situação e quais deles estamos dispostos a correr. Não importa o que o outro diga, prometa ou como se comporte. Pois se condicionamos nossa decisão a do outro, deixamos de lado todas as outras possibilidades. Nos iludimos com nossas próprias expectativas, com aquilo que preferimos acreditar. Os riscos sempre existem, ainda mais em situações delicadas. Por isso, podemos levar em conta o que o outro diz, mas ao fazermos a nossa escolha, devemos fazê-la livre de expectativas sobre o outro. Podemos fazer escolhas sinceras, de coração, por nossa livre escolha, consciente de que tudo poderá acontecer. Como diz Joshua David Stone, podemos ter preferências, mas não expectativas ou apegos. Alcançamos maior harmonia quando tomamos decisões com base naquilo que queremos e que bancamos, sem condicioná-las aos resultados.
Nós apostamos e agimos, dentro de nosso livre arbítrio e do livre arbítrio do outro, para que o resultado de nossa preferência se concretize. Há diferença entre fazer a nossa parte e coagir o outro, seja isso declaradamente, com ações e palavras, ou apenas energeticamente, com a nossa intenção exagerada ou vontade doentia. A percepção do saudável e do exagero é percebido em nossos próprios sentimentos: amor, liberdade, alegria significam harmonia. Angústia, ansiedade, euforia por sua vez indicam energias desarmônicas. Ir além desse livre arbítrio significa desrespeito a nós mesmos e a todos os envolvidos. É preciso saber compreender os riscos de nossas escolhas para melhor lidar com elas.
Mas e o outro não é também responsável?
A participação do outro, ou dos outros em nossa escolha e em nosso processo é sempre coadjuvante. Eles também têm seus aprendizados, pois de outro modo não estariam também envolvidos nessa situação. Mas as decisões das outras pessoas e as lições delas são de responsabilidade única e exclusivamente delas. E isso tem de ficar bem claro para que nós não misturemos as nossas escolhas e o nosso processo às escolhas e ao processo dos outros. Ainda que as decisões alheias nos afetem, cada um tem seus aprendizados, e tem de lidar com a sua própria vida. É preciso que cada parte saiba separar o que cabe a si, sem tentar passar a responsabilidades ao outro, assim como não se apropriar de escolhas que não são suas.
Portanto, ao nos questionarmos que decisão tomar diante de um triângulo amoroso, essa escolha deve ser feita com foco em nossa real vontade. Claro que a escolha do outro pode influenciar a nossa. Mas nossa decisão não pode ser condicionada à do outro, pois dessa maneira entregamos nosso poder pessoal, nosso poder de decisão. Muitas vezes condicionamos nossas decisões à dos outros para não termos que assumir responsabilidade sobre nossas próprias – e para assim podermos colocar o outro como responsável pela nossa infelicidade. Mas, se escolhemos colocar nossas expectativas sobre o outro, depois não podemos culpá-lo pela escolha dele, seja qual for. Assim como nós, ele tem o direito de escolher o que quiser.
E quando o parceiro não termina o outro relacionamento para ficar comigo?
Pode ser que seu parceiro descubra que realmente ama a outra pessoa. Ou ainda que lhe ame, e até queira ficar com você, pode preferir levar em conta outras circunstâncias e escolher não abrir mão do outro relacionamento. Isso é uma escolha do seu par, e não quer dizer que você não é bom o suficiente, ou que o relacionamento deu errado, ou que está sendo punido. Mas significa simplesmente que a escolha do outro foi diferente da que gostaria que fosse. Podemos até ficar chateados quando as coisas não saem como queremos, mas não podemos nos entregar ao sentimento de vítima. No mínimo temos nessa situação uma grande oportunidade de aprendizado!
Na segunda parte deste artigo refletiremos se vale a pena continuar vivendo o triângulo amoroso. Até breve!
Conheça o livro Para que o Amor Aconteça e entenda como determinadas atitudes influenciam sua vida amorosa.
Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.
Saiba mais sobre mim- Contato: ceciakamatsu@gmail.com