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Lembranças da casa dos avós

Fugir de pequenas regras do dia a dia pode ter um sabor especial

Atualizado em

Não tem coisa melhor do que passar o dia na casa dos avós. “A casa da vovó é uma casa encantada…” diz o poema de uma criança de nove anos, descrevendo um ambiente mágico, feliz e repleto de sensações prazerosas. O subtítulo do Livro dos Avós, de Lídia Aratangy e Leonardo Posternack, vai além e pergunta: na casa dos avós é sempre domingo?

Sim, é sempre feliz um dia na casa dos avós. Eles costumam fazer nossas comidas preferidas, nos dão colo e aconchego, contam histórias reais e imaginárias. Talvez, uma das coisas mais importantes que os avós fazem é permitir às crianças serem crianças.

Avós de ontem e de hoje

Mas nem sempre foi assim. Primeiro, porque chegar a ser avô é uma prerrogativa bastante recente na história da humanidade. Apenas no final do século XIX o crescimento da expectativa de vida da população começou a criar possibilidades de avós que interagissem com seus netos a ponto de conviverem com eles e estabelecerem verdadeiros laços de afeto, companheirismo e respeito mútuo. E mal surgiram, em pouco mais de um século já passaram por uma mudança radical.

Na infância de quem está na faixa dos 40 anos ou mais, avó e avô eram pessoas velhinhas, que usavam óculos, bengala, andavam devagar e tinham cabelos brancos… Mas, quem são os avós de hoje? São pessoas que muitas vezes ainda estão em atividade profissional, que dirigem seus carros, vão às compras, viajam, frequentam cursos, aprendem línguas. Não estão na cadeira de balanço fazendo tricô, nem cochilando à tarde em frente à TV. Estão ativos e cheios de vida!

Mas apesar de tanta mudança acontecendo tão rapidamente, na casa dos avós sempre vai ter um cheiro especial e doce. Porque realmente é onde se pode encontrar a possibilidade de transgressão de algumas pequenas regras do dia a dia, que embora bem inofensivas para as crianças, dá a elas a sensação de que estão livres e podem fazer o que quiser! Dentro de critérios de bom senso – e desde que devidamente negociadas com os pais – estas pequenas transgressões são importantes para criar entre avós e netos uma cumplicidade

estas pequenas transgressões são importantes para criar entre avós e netos uma cumplicidade

, uma intimidade criativa e produtiva que deve se concretizar em uma relação verdadeira entre eles. Ao contrário do ditado que afirma que “pais educam e avós estragam”, uma saudável relação entre avós, filhos e netos é um importante aliado dos pais na educação dos pequenos.

O que faz da casa dos avós um lugar tão especial:

  1. As comidas tem sempre um toque diferente! Podemos falar de coisas muito simples, que fazem parte da rotina, como aquele bolo diferente ou um almoço de domingo… A comida da avó tem um tempero muito especial. O simples pão com queijo nunca fica igual em casa! Mas o mais gostoso é que as avós sempre fazem questão de esperar seus netos com seu prato predileto!
  2. A casa dos avós é muitas vezes o ponto de encontro dos primos e o lugar das brincadeiras inesquecíveis. E geralmente tem brinquedos que parecem infinitamente mais interessantes que os de casa. Jogar bola com vovô, jogar cartas com a vovó, brincar com os primos são atividades bem gostosas e diferentes que ficam guardadas na memória com muito carinho.
  3. Dormir na casa dos avós é tão gostoso! Sair pra tomar um sorvete no meio do dia, ficar acordado até mais tarde e ver um filme na cama, ouvir história antes de pegar no sono… A quebra de algumas regras rotineiras tornam a experiência muito especial e divertida!
  4. As conversas com avós tem uma conotação diferente. Seja qual estilo de vida eles tenham, provavelmente já desenvolveram a paciência de escutar longos relatos sem pressa e com real interesse. E tem tantas histórias envolventes para contar!

Enfim, casa dos avós é sinônimo de alegria, conforto e prazer. Cultivando esta deliciosa relação, podemos vivenciar momentos que serão lembrados para sempre!

Katia Leite

Katia Leite

Com formação universitária em Naturologia, dedica-se a atendimentos individuais e em grupo em São Paulo. Busca nos elementos da natureza os instrumentos que ajudam a manter e recuperar a saúde.

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