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Sentir dor no sexo exige tratamento

Disfunção sexual atinge mulheres e tem origem física ou psicológica

Atualizado em

Estima-se que 17% das mulheres brasileiras que sentem dor durante a relação sexual, pelo menos é o que diz a pesquisa feita por Adriana Moreno, autora do livro “Fisioterapia Uroginecológica” (Ed. Manole). A boa notícia é que esta disfunção sexual tem cura, apesar de ainda ser pouco divulgada.

O problema pode ter causas físicas ou psicológicas. No âmbito físico, a dor no sexo pode ser decorrente da gestação, parto, cirurgias pélvicas ou envelhecimento natural. Todos esses fatores podem causar uma alteração dos tecidos da pelve, tais como ligamentos e principalmente a Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP), aquela que é contraída quando “seguramos o xixi”.

Quando esses músculos estão fracos, podem gerar uma contração inadequada, que é sentida pela mulher durante o ato sexual e interpretada como um estímulo doloroso, ao invés de ser percebida como somente um estímulo tátil.

Neste caso, exercícios de percepção e de fortalecimento na região costumam resolver o problema. Além disso, a melhora do tônus da MAP ainda oferece mais segurança e satisfação no desempenho sexual.

Dor no sexo também pode ter origem psicológica

No entanto, muitos casos de disfunção sexual têm origem psicológica, causados por uma iniciação sexual traumática ou no mínimo ruim, abusos ou até mesmo uma situação afetiva conjugal.

Por este motivo, para um bom tratamento é indispensável a atuação de três profissionais: o médico ginecologista, o psicólogo e, principalmente, o fisioterapeuta ginecológico – que cuidará da disfunção que já está instalada na musculatura perineal.

Todo tratamento deverá ser realizado com profissionais habilitados. Infelizmente no caso da dispareunia não há muito o que fazer por conta própria, pois é necessário uma avaliação minuciosa e muito bate-papo para descobrir a causa da disfunção.

Antes da mulher começar a fortalecer essa musculatura é necessário que ela aprenda a relaxar essa região, em primeiro lugar. O tratamento pode auxiliar a paciente a ter mais segurança e autoestima, proporcionando-lhe recursos internos para procurar, aceitar ou mesmo recusar uma relação sexual.

Tratamento faz uso de diversas técnicas

O tratamento acompanhado por um fisioterapeuta ginecológico para a dispareunia costuma fazer uso de diferentes técnicas:

  •  Relaxamento.
  •  Alongamento da MAP.
  •  Massagem abdominal e perineal.
  •  Movimentos da pelve, pernas e todo corpo.
  •  Aprendizado de contração e relaxamento dos músculos perineais.
  •  Eletroterapia – trata-se da eletroestimulação da MAP na própria vagina ou, em alguns casos, no nervo pudendo (localizado na região da perna). Essa eletroestimulação é realizada com um aparelho fisioterapêutico.
  •  Exercícios com cones vaginais (pesinhos).
  • Treino de sensibilidade e percepção.

Os exercícios sexuais também são orientados, baseados na exploração psicoterapêutica dos conflitos psíquicos que a pessoa vive, bem como na dinâmica e na interação conjugal. Todos estes são exemplos das possíveis formas de tratamento encontradas no tratamento dessa disfunção sexual.

Cada pessoa terá uma resposta diferente ao tratamento. Geralmente, quando a paciente está disposta a melhorar e mergulhar fundo na sua história – encontrando a causa e curando os bloqueios – o tratamento costuma ser bem rápido e pode ser concluído em um mês.

No entanto, há casos menos comuns que o tratamento se estende por até dois anos. Mas em geral a dispareunia é um caso solucionável, cuja cura salva relacionamentos e ajuda as pessoas a recuperarem a autoestima. Afinal, uma vida sexual saudável também reflete na qualidade de vida.

Roberta Struzani

Roberta Struzani

Especialista em Sexualidade e Ginecologia Natural. Pioneira no estudo de Ginástica Íntima e Reconsagração do Ventre no Brasil, contribuiu para a formação de diversas terapeutas e desenvolveu um trabalho personalizado que traz benefícios para a saúde da mulher, do físico ao emocional.

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