Ser amante é uma questão de escolha
Ao entrar numa relação extraconjugal, é importante se questionar o que o levou a isso
Por Vanessa Mazza
Quando estudamos história, percebemos o quão comum era para homens e mulheres manterem amantes nos séculos passados. Claro que havia discrição, porém, muitas vezes nem era segredo para a sociedade. Dentro do contexto da época, casos extraconjugais até faziam sentido e podiam ser tolerados, pois as pessoas não se casavam por amor, mas sim para manter suas posses, para enriquecer, por segurança ou por relações políticas. Assim, é compreensível que ter um amante fosse uma das formas de alguém ser feliz, já que os casamentos aconteciam por obrigação, e não por afinidade.
Hoje em dia, porém, a necessidade de ter uma relação extraconjugal não existe para algumas pessoas, posto que normalmente se casam por escolha própria. E, mesmo que a pessoa se sinta coagida pela família ou pelas circunstâncias a fazê-lo, legalmente ninguém pode mantê-la casada se ela não quiser. Muito menos será mal vista ou condenada de verdade. Afinal, atualmente as pessoas se separam e se divorciam quando querem e muitas vezes isso nem é surpresa para ninguém.
O que leva uma pessoa moderna a ter um amante?
Acredito eu que a ideia romantizada que ainda se faz dos “affairs”. Antigamente, o amante era “o amor da vida”, a pessoa por quem você precisava lutar para ficar junto, sua “cara-metade” que a sociedade não permitia que entrasse na sua vida, por causa da classe e das posses. Então, vocês ficavam juntos às escondidas, porque o amor era forte demais e acabavam até torcendo para que seus respectivos cônjuges morressem logo para ficarem livres da prisão do casamento.
Entretanto, o que nos tempos passados era inevitável, no século XXI se torna obsoleto e algumas vezes apenas prova de baixa autoestima, medo de ficar sozinho, comodismo ou falta de respeito. Em outras palavras, se a pessoa está casada e percebeu que não ama mais seu marido ou esposa, é fundamental que se separe. Não precisa nem ter o amante como desculpa. É apenas uma questão de integridade moral.
Sei que muitos terão uma série de motivos para não se separar, tais como:
- Meu cônjuge ameaçou se matar
- Meu cônjuge é doente
- Dependo do dinheiro do meu cônjuge
- Não quero que meus filhos sofram
- Não quero ser mal falado na família
Em resposta a estas situações, se a pessoa parceira tem ideias suicidas, vai ter o ímpeto de se matar por qualquer motivo. Portanto, ela precisa de ajuda especializada, não de controle sobre a sua liberdade de ir e vir. Agora, se o cônjuge é doente, existe a família dele para isso. E, mesmo que você queira cuidar pessoalmente, não precisa estar casado para tal. Por outro lado, se depende do dinheiro, crie um plano de fuga. Comece a trabalhar, volte a estudar, torne-se independente e, então, se separe. Quanto aos filhos, não se iluda. Ele sentem a infelicidade dos pais. Será mais saudável para eles verem ambos felizes e separados, do que juntos, brigando ou sofrendo calados. Por fim, ser mal falado na família é algo que não se pode evitar. Alguns familiares vão sempre nos criticar, julgar, analisar, por tudo e qualquer coisa. Por isso, faça o que é certo para você e não se importe tanto com o que os outros pensam. Eles não têm real poder sobre sua vida.
Enfim, se você tiver um amante, se pergunte por que caiu nesta situação. Se a resposta for algo do estilo romântico do passado, tome cuidado. Ninguém mais vive amores impossíveis hoje em dia. Não na nossa sociedade democrática. Se esta pessoa é o amor da sua vida, fique com ela de verdade e exclusivamente. Porém, se for só um passatempo, liberte-a. Ninguém merece ficar nesta posição de esteio.
Graduada em Comunicação Multimídia pela UMESP, é taróloga há mais de 15 anos. Estuda as abordagens desta prática, com o fim de decifrar a complexidade humana, abrangendo em suas consultas temas como feng shui, i ching, astrologia e numerologia.
Saiba mais sobre mim- Contato: vanne.furquim@gmail.com