Você sempre fica na defensiva no relacionamento?
Entenda por que assumimos uma postura reativa antes de tentar entender algo que nos desagrada
Por Ceci Akamatsu
Todos sabemos como pode ser desagradável receber críticas ou lidar com atitudes negativas em um relacionamento. Geralmente reagimos, procurando nos defender, para logo em seguida ficar na defensiva, atribuindo alguma culpa ao outro.
Criamos uma justificativa e tentamos apontar os defeitos do outro. Não percebemos que uma atitude tão comum é um dos maiores inimigos dos relacionamentos e de nossa vida em geral.
Se a pessoa parceira reclama que não somos carinhosos ou que somos muito carentes, nos sentimos ofendidos, diminuídos. Mas o outro pode não saber que fomos criados com menos demonstrações afetivas e que, por não termos recebido carinho, buscamos isso nas relações.
Muitas vezes nós mesmos não percebemos que esta experiência da infância ou de outros relacionamentos pode ter ajudado a construir tal postura.
Por outro lado, não procuramos compreender que as demandas do outro estão enraizadas nas suas próprias experiências pessoais.
A verdade é relativa no relacionamento
Toda relação baseia-se em dois polos ou mais. Cada pessoa tem seu ponto de vista, pautado em seus filtros de realidade.
Tudo que ela vivenciou e absorveu ao longo de sua vida, desde que estava sendo gerada na barriga de sua mãe, influencia a maneira de enxergar a realidade. E, consequentemente, afeta também seus posicionamentos diante das situações.
Por isso, a noção de verdade se torna tão flexível. Afinal, dentro do que cada um vivencia, há sua razão para pensar, sentir e agir de determinada maneira. Todos têm uma razão, a verdade é relativa.
É claro que certas atitudes não são saudáveis para os relacionamentos e para a coletividade, ou, por outro lado, para a própria pessoa em sua individualidade. Porém, cada atitude guarda uma motivação que, saudável ou não, existe e tem por base toda a história de vida da pessoa.
Relacionamento: qual o real sentido da compaixão?
Geralmente associamos a compaixão à bondade ou a algo religioso. Porém, mais do que isso, associo à nossa saúde em todos os níveis: físico, emocional, mental e espiritual.
Não aprendemos a olhar para as situações e a buscar o que está por trás delas, para assim considerar tudo isso ao analisar as situações. Simplesmente nos deixamos levar pelos sentimentos que os julgamentos superficiais nos trazem.
De fato, é um tanto trabalhoso ter um sentimento desagradável (como raiva, baixa autoestima, injustiça) e parar para avaliar o que está por trás da atitude do outro – e das nossas também.
Não aprendemos a olhar para as situações e a buscar o que está por trás delas. Simplesmente nos deixamos levar pelos sentimentos que os julgamentos superficiais nos trazem.
Mesmo quando não conhecemos o histórico do outro, sempre há uma razão para sua forma de agir, por mais errada que ela pareça.
Isso não significa que tenhamos de ficar na defensiva e concordar ou achar que o que a pessoa faz é correto. Porém, nos dá uma noção que o outro é um ser humano, com sua bagagem de vida, suas dores e cicatrizes.
Isso nos ajuda a lembrar que nós também em certas circunstâncias, mesmo sabendo que não é correto e que podemos machucar a nós mesmos e aos outros, ainda assim, simplesmente não conseguimos agir de maneira construtiva.
Também temos nossos descontroles, movidos pelas dores acumuladas ao longo da nossa própria vida.
Como treinar a compaixão em seu dia a dia
Da próxima vez que encarar uma situação desagradável, que tal conter sua reatividade? Em vez de atacar o outro e se justificar, procure entender quais dores movem você e o outro nesta situação.
Ainda que não consiga agir de tal maneira no momento do conflito, é possível olhar a situação de maneira mais ampla em um momento posterior, se desculpando e conversando com a pessoa parceira, caso seja necessário.
Ainda que seu par não faça o mesmo exercício, quando você faz sua parte, sua atitude diante da pessoa e do relacionamento tende a se transformar.
Pode ser que você continue com o mesmo posicionamento, mas as motivações se tornam mais verdadeiras e compassivas – o que não quer dizer ficar na defensiva.
Mais do que uma mudança de ação, o que verdadeiramente muda nossas experiências é esta mudança de postura interna, da energia que nos move a partir de dentro.
Pois é ela que determina a qualidade de nossas experiências e interações pessoais.
Não temos como evitar todas as vivências negativas em nossa vida afetiva, mas agindo com mais consciência ficamos mais fortes e preparados para lidar com qualquer situação.
Para refletir
- Como você age diante das atitudes negativas do parceiro?
- Quais as situações em que identifica ficar na defensiva?
- Você consegue identificar quais padrões negativos você pode ter construído a partir de sua infância?
Você pode realizar os exercícios abaixo para limpar as situações e padrões negativos para ajudar a desenvolver a compaixão em suas relações:
Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.
Saiba mais sobre mim- Contato: ceciakamatsu@gmail.com