Yoga para lidar com a angústia
Ex-atleta conta como superou vazio existencial com respiração, asanas e meditação
Por Felipe Figueira
Desde criança fui estimulado a competir, a ser melhor que os outros. Jogo basquete desde os 12 anos. Fui atleta do Flamengo, entre outros times do Rio e no exterior. Também atuei como professor universitário, fiz mestrado em Nova York, trabalhei na ONU. Venci na vida, mas, internamente, sentia-me vazio.
Em 2017, aos 38 anos, a angústia tornou-se insuportável. Não tinha força, nem ânimo para fazer nada. Minha pouca alegria era rever os amigos em partidas de basquete. Mas sentia muitas dores nas articulações, me arrastava em quadra.
Olhar para dentro dói, mas liberta
Foi duro admitir que eu precisava de ajuda, eu era muito orgulhoso. Olhar pra dentro doeu, mas foi o que me libertou. Resolvi fugir de tudo e fui morar num ashram. Lá conheci o Yoga. Entrei num mundo completamente diferente da minha experiência como administrador, professor universitário e atleta. Depois que comecei a praticar Ashtanga, o Hatha Yoga, o Yin Yoga passei a sentir mudanças graduais. Nada mais revolucionário do que parar, respirar fundo e perceber a vida em meio ao caos.
Respiração, asanas e meditação
Foi a partir do Yoga que eu aprendi a olhar pra dentro e aumentei a consciência sobre a minha respiração. Como uma coisa tão simples pode nos trazer tanta paz?
Ao perceber como minha respiração era superficial, comecei a entender meu prana. Pouco a pouco, as meditações ativas dissiparam meus traumas, condicionamentos e apego a dor. A prática me deixou mais focado. Os asanas me propiciaram um contato íntimo com meu corpo. Depois que passei a meditar, os pensamentos apareceram com mais intensidade. Ao observá-los, percebi a confusão que estava replicando sem me dar conta.
Ao longo do tempo fui eliminando tudo que estava exagerado na minha vida: , a ansiedade, a compulsão por comida e compras, a angústia pelo tempo perdido em coisas que eu não posso controlar.
Yoga e autoconhecimento
No começo, até sentar numa posição confortável foi difícil. Descobri que tinha muitas expectativas e que isso só me trazia mais frustrações, pois nosso ego é insaciável. Estava completamente condicionado a uma realidade que vinha de fora, da TV, dos artigos e dos podcasts.
Quando comecei a sentir ao invés de entender, tudo mudou. Ainda sigo meu aperfeiçoamento. Pratico o Yoga regularmente e a cada dia um tijolinho novo entra nessa construção de mim mesmo. Cada um deles traz uma nova percepção, um novo nível de entendimento. .
Nessa incrível jornada aprendi que não temos obstáculos no caminho. Os obstáculos são o caminho.
Ex-atleta, administrador, mentor de negócios e professor universitário. Hoje, Felipe Figueira se dedica ao Yoga Quântico e a outras práticas do Yoga, ministrando cursos e palestras. Site: http://www.felipefigueira.com/
Saiba mais sobre mim- Contato: felipe@felipefigueira.com
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