Decisão pelo melhor parto
Buscar informações e conhecer seu corpo ajudam na hora de dar à luz
Por Karin Fromm
Se você é ou pretende ser gestante um dia, já parou para pensar no tipo de parto que quer ter? Às vezes os planos são tantos, as informações tão divergentes que resolvemos não pensar sobre isso, e nos ater aos preparativos práticos que a vinda de um bebê exige. Outras vezes queremos algo, mas somos convencidas do que é mais prático, rápido e seguro, ou ainda nos deixamos influenciar por experiências negativas dos outros. As grávidas são mesmo muito sensíveis, pois por mais maravilhoso que seja gerar um filho, é também um momento de mudanças enormes que trazem medos à tona.
Um problema atual no Brasil é a questão dos planos de saúde e como esse sistema funciona. Devido a maior praticidade e rapidez que esse sistema exige dos médicos, nosso país virou um dos campeões mundiais de cesarianas, em grande parte, desnecessárias. Por isso, talvez, mais do que quaisquer outras mulheres no mundo devemos nos informar sobre a gestação e o parto, nos apropriar verdadeiramente do que acontece em nossos corpos e poder fazer escolhas que nos fazem sentido. O parto virou um ato médico, hospitalar, no qual a maioria das mulheres sente-se intimidada de participar ativamente desse momento, que é um dos mais importantes de suas vidas.
Conheça seu corpo e tenha um parto seguro
Além disso, as correntes de medicinas antigas e várias linhas de psicologia abordam a importância vital e decisiva que a gestação e o parto têm sobre o corpo físico e emocional dos humanos. São marcas muito profundas, celulares e inconscientes que podem determinar nosso comportamento, emoções e influenciar nos vínculos entre mãe-bebê e todos os outros.
Muitos terapeutas alegam que toda mulher é capaz de dilatar, parir e amamentar, desde que tenham boas condições para isso, ou seja, o tempo necessário e um ambiente confiável. Hoje, estamos muito distanciadas dos nossos corpos, pois a cultura nos ensina a ter vergonhas, a não querer, nem poder sentir dor, a não respeitar nosso tempo e nem dos outros. Toda força que podemos conquistar durante a gestação, além de tentar nos cuidar o melhor possível, é por meio da informação! Ler livros sobre o assunto, conversar quanto for preciso com seu médico (e trocar de médico caso não sinta acolhimento por parte dele), participar de grupos de gestantes e amamentação, trocar experiências com outras mulheres, entre outras atitudes, podem ajudar a mulher a se informar melhor durante essa fase especial.
Não precisamos aqui tocar no que é certo, nem no que é errado, melhor ou pior, pois isso é um acontecimento muito particular, depende de cada mulher e de cada bebê. Sabemos de fato dos enormes benefícios que o parto natural traz para ambos e que seria muito bom se todos trabalhassem nessa direção. No entanto não podemos negar as vantagens de uma cesariana bem indicada, mas ainda assim, se este for o caso, há muito o que se discutir com o médico. Seja qual for o tipo de parto, ele deve e pode ser humanizado, respeitoso e suave. Atitudes simples, como luz baixa na sala de parto, ambiente silencioso e limpo, colocar o bebê para mamar assim que nasce, esperar o cordão umbilical parar de pulsar antes de cortá-lo são gestos que fazem muita diferença em todos os casos, que minimizam o trauma do nascimento para os bebês.
O parto é um momento muito peculiar e é bom que seja bem vivido e aproveitado, pois ele transforma as mulheres, é um divisor de águas em nossas vidas psíquicas, não deve ser desperdiçado!
Para continuar refletindo sobre o tema
Fisioterapeuta e psicoterapeuta, atualmente estuda medicina ayurvédica. Atende em consultório particular em São Paulo e mantém um blog sobre saúde e prazer.
Saiba mais sobre mim- Contato: karinffromm@hotmail.com
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