Depoimento: venci a batalha contra um câncer de mama
Integrante da Equipe Personare conta sua história de superação
Por Marcia Lanzarini
Eram meados de agosto, um dia qualquer de inverno carioca, e mais um dos incontáveis exames preventivos que eu já havia feitos em outros momentos. Este não deveria ser diferente, afinal eu me sentia bem. No entanto, hoje, aos 55 anos, quase oito anos depois de receber o diagnóstico de câncer de mama, ainda me lembro das palavras da médica naquela ocasião: “a partir de agora não é comigo, você tem que procurar um mastologista e um oncologista”.
Estava com uma assimetria entre as mamas e precisava procurar os especialistas para ter a confirmação. Mesmo sem a certeza, foi difícil ouvir que poderia estar com câncer. Tenho filhos, uma família para cuidar. A ansiedade da espera pelo resultado foi ainda pior, a angústia de não saber se estava doente, de fato. Quando o oncologista me chamou de volta ao consultório, eu simplesmente soube que o diagnóstico de câncer havia sido confirmado. Pensei que tinha duas opções: sentar e chorar ou correr atrás do tratamento para ficar boa. Optei pelo último, porque estava decidida a ver meus filhos crescerem, e enchi-me de esperança ao ouvir que o câncer ainda estava no estágio inicial, de modo que as chances de um tratamento eficaz eram enormes.
Meu filho menor ficou chocado, porque na cabeça dele já havia a imagem do avô que morreu de câncer. Ele chorou muito, achou que eu fosse morrer também, e eu disse: “todos nós vamos embora um dia, mas não vai ser o câncer que vai me levar”.
Meu filho menor ficou chocado, porque na cabeça dele já havia a imagem do avô que morreu de câncer. Ele chorou muito, achou que eu fosse morrer também, e eu disse: “todos nós vamos embora um dia, mas não vai ser o câncer que vai me levar”.
O tratamento foi doloroso. Embora a radioterapia fosse menos invasiva do que a quimioterapia, ela queimava a pele até deixá-la em carne viva. Os adesivos colados no corpo para marcar a posição em que a pessoa deve ficar na máquina vão saindo aos poucos, e arrancam a pele junto. Além disso, as sessões eram muito cansativas. Era difícil até colocar uma roupa e eu não podia – e ainda não posso – pegar sol. Em pleno Rio de Janeiro, não é uma tarefa fácil. Agora, com o calor ainda mais intenso pela proximidade do verão, a pele está abrindo de novo. Há uma série de cuidados que precisarei ter pelo resto da vida, porque a rádio acabou com proteção do tecido epitelial, facilitando o câncer de pele. Mesmo assim, nunca deixei de acreditar que daria certo. E deu.
A sensação de ter superado o câncer foi indescritível, extremamente emocionante. Claro que não abandonei o tratamento e nem parei de tomar os remédios. Ainda assim, saber que eu estava curada era uma motivação e uma alegria únicas. O médico disse que, se todo mundo tivesse o hábito de fazer os exames preventivos como eu, poucos teriam problemas no tratamento contra o câncer, por exemplo.
Para as mulheres, que representam o maior grupo atingido pelo câncer de mama, gostaria de dizer que, por mais que pareça redundante, a prevenção é o melhor tratamento. Façam a mamografia sempre dentro dos prazos estipulados e, se acabar descobrindo o câncer de mama, corre para tratar o mais rápido possível, porque há cura! Existe algum grau de sofrimento no tratamento? Sim, mas na vida você já passa por tanta coisa, é só mais um para poder superar.
Outubro Rosa
Durante todo o mês de outubro é celebrado mundialmente o movimento Outubro Rosa, que simboliza a prevenção e a luta contra o câncer de mama. O nome foi dado em referência ao laço rosa, que é símbolo da campanha – surgida nos originalmente nos Estados Unidos (EUA). Com o intuito de mobilizar as pessoas, a população das cidades se enfeitava com os laços rosas, especialmente em lugares públicos. Depois disso, apareceram outras ações que faziam alusão à cor da campanha, como o ato de iluminar de rosa prédios, monumentos, etc.
Faz parte da Equipe Personare e decidiu compartilhar sua história como parte do movimento Outubro Rosa.
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